quinta-feira, 8 de março de 2012

Noite de grandes divagações

Sentada na janela deste apartamento
Olhando para cada luz que meus olhos podem ver
Imaginando
que cada luz alimenta algo muito maior que eu possa compreender
Alimentam vidas
Alimentam histórias
Acalentam corações despedaçados
e por vezes,
Celembram amor, sexo
e, tudo que o libido e as emoçoes são capazes de fazer.
Colocam fim aos medos
-nem sempre, mas-
Destroem alguma escuridão

Enquanto penso e observo
Viajo
Dou-me conta do vazio que nesta hora se faz presente
Finjo não saber o motivo
e gosto mesmo de tentar me enganar
Fazem DEZ minutos que saístes por aquela porta
e descestes as escadas

DEZ minutos, que temo ser menos
E cá já me vejo
Neurótica como louca
pondo-me a escrever
me fazendo escrava
de uma válvula de escape.
Não tenho cigarros, e tampouco bebida
Mas tenho um papel amassado e uma caneta 'marketinizada'.

Ah, anjo de luz
Há tão pouco chegastes
Aumentastes minha inquietude
e me levaste ao lago sereno
Aos poucos,
sinto que sutilmente
me afogas
Acho que deveria me livrar de voce
mas como um câncer tomou uma proporção muito grande em mim

Torno a olhar essas luzes
E o cara que passa
solitário como um cao infeliz na calçada
Quê será que passa naquela mente?
Onde será o seu destino final?
Será um machucado da vida?!
Ou o algoz de muitas vítimas?!

Daqui alcanço um sinaleiro
vivendo a sua vida, de acordo com seus estágios
Sempre os mesmos ciclos
Verde
Amarelo
Vermelho

Nossa vida é um grande sinaleiro
nós o somos
e somos regidos por essa lei maior.
Certos momentos temos o passe livre
e absolutamente tudo é nosso.
A terra, o ar, conspiram para nós.

De repente o sinal amarelo
Reduzimos a nossa caminhada
e entramos em questões como essas
Acho que refletimos muito mais nessa etapa
Até as crises existenciais certam nossa cabeça
Pensamos mais e poco fazemos...

Até o momento em que o vermelho chega...
Paramos
Paramos com o pensamento
e sobretudo com o agir.
Vagamos no vazio
Apanhamos na cara
e mesmo assim continuamos estagnados.
Inertes

E há chuvas, tempestades de areia, trovões
e nao há nada que possamos de fato fazer

Alguns chamam de maré de azar
eu prefiro dizer que
é só a hora do vermelho das nossas vidas...

Acabo o raciocínio
Procuro por mais alguma coisa
instigante para ocupar a minha mente
O vento que
dispara o alarme do carro
Os cachorros que latem e uivam ao longe...

Nada flui...

Procuro nao escrever sobre voce
romantismo não é
e nunca foi o meu forte
Escrever sobre putas, bebidas, bar e loucura
sempre me atraiu,
talvez porque nao fizessem tanta parte de mim...
talvez por nao me machucarem
e nao me enlouquecerem

E o ônibus passa
lotado
Cada pessoa é um mundo
Alguns são apenas meteoritos pequenos
esperando a oportunidade pra chocar com algum planeta
e simplesmente
foder com tudo...

Falando em planetas...
acho que o vazio que sentia há pouco
é a falta das estrelas
Esse tempo nublado
e o vento pós chuva
me deprime.

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